Prefeito, Secretários e integrantes da Prefeitura, discutem ações sobre o meio-ambiente em Bauru
Foi realizada hoje, (09/03) no auditório do CIESP a primeira ação do Grupo Olhar Verde em 2011. O Grupo é um programa de educação ambiental concebido com a finalidade de incentivar a adoção de hábitos de vida sustentável pela comunidade bauruense e demais abrangências da região.
Nesse primeiro evento realizado, que teve transmissão ao vivo pela internet, o tema foi Bauru: Município Verde Azul, fazendo referência ao programa do governo do estado que certifica os municípios que desenvolvem ações especificas sobre meio ambiente.
A palestra foi ministrada pelo Prefeito Municipal Rodrigo Agostinho e teve presença de secretários, representantes de vereadores e munícipes em geral.
Rodrigo começou dando uma panorama geral sobre os problemas ambientais enfrentados pela população mundial em geral, desmatamento das florestas brasileiras e ocupação urbana dessas áreas. Na sequência entrou em detalhes sobres essas questões focadas no município de Bauru, como disponibilidade hídrica, divisão de áreas de proteção e ocupação urbana.
O prefeito falou pouco sobre o programa Município Verde Azul, já que se trata de um programa de responsabilidade do governo do estado e também pelo fato da cidade não pontuar no programa já que ainda não trata o esgoto. Rodrigo aproveitou para criticar a forma de avaliação do programa, já que a cidade mesmo não tratando o esgoto é um dos municípios que mais investem em meio-ambiente, disponibilizando cerca de R$ 50 milhões por ano do orçamento para ações com caráter ambiental (coleta de lixo, limpeza urbana, educação ambiental entre outros).
Durante a explanação, o prefeito falou das diversas ações que a Prefeitura vem desenvolvendo em relação ao meio-ambiente. Rodrigo citou os esforços nas preservações de áreas verdes na cidade e das futuras ações na recuperação do "verde" na paisagem da cidade. O Prefeito anunciou que esse ano está prevista contratação de empresa que fará o plantio de 10 mil árvores na área urbana da cidade e 100 mil nos leitos dos rios que cortam o município.
Foi anunciado a construção de 6 eco-pontos para esse ano, locais que poderão receber entulhos de construção civel até pequenos móveis que não são mais utilizados. Os detalhes sobre esses eco-pontos ainda estão sendo discutidos pela SEMMA (Secretaria de Meio-Ambiente), mas a definição dos locais ja foi feita. Os eco-pontos estarão distribuídos em todas as regiões da cidade, como na Pousada da Esperança, Mary Dota, Nova Esperança, Vl. Falcão e Geisel. Um dos pontos já divulgados é embaixo do Viaduto Eufrásio de Toledo, o viaduto da Duque. Até o próximo ano, o objetivo da SEMMA é ter implantado cerca de 16 ecopontos na cidade.
Em relação ao tratamento de esgoto, quando perguntado com das formas para viabilizá-lo, financiamento, concessão ou construção com recursos do Fundo de Tratamento de Esgoto, o prefeito explicou que existem diversas formas e que a melhor será discutida junto a população, já que se trata de uma obra complexa e de um custo bem elevado, a única posição que o prefeito deixou clara é que gostaria que o tratamento ficasse sobre responsabilidade do DAE, mas se outra solução for melhor ela será tomada, sempre em conjunto e com discussão.
Ainda sobre o esgoto foi discutido o fato dos empreendedores do Residencial Lago Sul, não aceitarem fazer a ligação de esgoto do residencial com a rede construída pela Prefeitura até a entrada no bairro. O impasse se dá pelo fato dos empreendedores discordarem de construir a transposição do esgoto sobre a Rodovia Bauru-Ipaussú, obra que teria um custo de R$ 50 mil. A Prefeitura alega que de acordo com compromissos assinados pelo condomínio a responsabilidade da construção da obra e dele e não do município, que já fez sua parte construindo a ligação de esgoto até a entrada do residencial que acaba depositando todo seu esgoto numa fossa coletiva.
Indagado sobre o atendimento da dengue por parte da Prefeitura, o prefeito disse que as características biológicas do vírus dificulta diagnósticos imediatos e que muitas vezes pessoas quem sintomas físicos claros da doença, acabam tendo exames com resultados negativos mesmo estando com o vírus devido as mutações da doença, o que acaba dificultando algumas ações e um acompanhamento melhor desses pacientes.
Quando questionados sobre a inclusão da educação ambiental como disciplina na rede municipal de ensino, o secretário do Meio-Ambiente, Valcilei Silva, disse que mesmo a prefeitura investido em educação ambiental, a conscientização da população começa em casa, no berço, que não adianta nada a criança receber todas as informações sobre educação ambiental na escola sendo que quando chega em casa vê o pai jogando lixo no terreno baldio do lado de casa ou jogando papel na rua pela janela do carro. Uma representante da Secretaria de Educação, informou que já são desenvolvidas diversas ações nas escolas municipais e que o próprio Ministério da Educação recomenda as ações de educação ambiental de forma segmentada, ou seja, distribuídas em várias disciplinas e não como uma disciplina específica.
Em relação ao lixo, o representante do Olhar Verde, sugeriu alguma forma de punição em relação as pessoas que não separarem o lixo corretamente para a coleta seletiva e informou que o programa Olhar Verde trabalha em constante contato com os professores da rede municipal para disceminar de forma concreta ações que contribuam com a melhora da educação ambiental das crianças
O que perece-se é que a questão ambiental além da complexidade econômica tem a complexidade financeira, já que ações efetivas de preservação e conservação ambiental são caras, o tratamento de esgoto por exemplo, tem um custo de mais de R$ 100 milhões. Além disso, a conscientização da população é um enorme entrave para que as ações surtam efeito no município. Enquanto a população não parar de jogar lixo no chão, em terrenos baldios, separar o lixo e consumir de forma moderada, os problemas ambientais estarão cada vez mais presentes e modificadores das nossas vidas. Ao contrário de outros problemas, os problemas ambientais dependem do empenho não só do poder público mas também, e muito, da população, que precisa urgentemente modificar hábitos que durante anos contribuirão para uma grande degradação do nossa habitat.
Veja fotos da palestra
Dados sobre a disponibilidade hídrica de cada bacia hidrográfica presente no território de Bauru
Mapa com os projetos de ciclovias nas cidade, uma das ações ambientais da prefeitura.
Slide com as metas do Programa Revolução Verde, programa interno da prefeitura que estabelece metas a serem alcançadas em relação ao meio-ambiente
Domingos Mallandrino, presidente do CIESP
Integrantes da mesa redonda