Estudo de uma geográfa revela que o Aeroporto Moussa Tobias, é excelente opção para desafogar tráfego nos aeroportos da Capital para a Copa de 2014Com texto de Lígia Ligabue do Jornal da Cidade
Um aeroporto moderno, com boas instalações, mas subaproveitado. Essa é a conclusão que a pesquisa desenvolvida pela geógrafa Ana Paula Camilo Pereira chegou sobre o Aeroporto Moussa Tobias. Ela analisou o transporte aéreo no Interior de São Paulo em sua tese de mestrado na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente. Em entrevista ao Jornal da Cidade, a geógrafa avalia que os grandes eventos esportivos dos próximos anos no País: a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 darão impulso para o transporte aéreo na cidade e no Estado.
“Para o próximo ano a presidente Dilma Rousseff (PT) vai criar uma secretaria específica para transporte aéreo, que vai cuidar das estruturas aeroviárias. Isso está relacionado ao interesse do governo na Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas vai acabar gerando um impacto nos aeroportos do Interior. Pois é uma demanda gerada por um fluxo que vai movimentar mais de 500 milhões de turistas em todo País”, calcula a pesquisadora.
Para ela, o Moussa Tobias poderia representar uma alternativa ao congestionado Aeroporto de Congonhas, de São Paulo. “Bauru seria um importante ponto fixo para o Estado de São Paulo para gerar essa movimentação, pois poderia ser escala de voos que viriam do Norte do País. Como São Paulo já tem vários slots congestionados, esses voos não passariam pela Capital”, observa.
A pesquisa teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e foi orientada pelo professor doutor Márcio Rogério Silveira. Ana Paula, que defendeu sua dissertação no início deste ano, estudou dados entre 1995 e 2007 e fez sua pesquisa de campo em 2007 e 2008, quando o Moussa Tobias contava com a operação pela Pantanal.
Em seu trabalho, ela observa que o aeroporto Bauru/Arealva é subaproveitado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) e pelas empresas aéreas. Um dos aspectos negativos apontados pela geógrafa era o fato do Moussa Tobias ainda não operar por instrumentos – os equipamentos entraram em operação há três meses.
Entre os pontos positivos, ela avaliou que o Moussa Tobias possui um dos melhores sítios aeroportuários do Estado e dispõe de ampla área operacional. Ana Paula observa que o aeroporto entre Bauru e Arealva, que foi inaugurado em 2006, também se destaca pela estrutura moderna. “Todos os aeroportos devem buscar a atualização de sua estrutura, manter a modernização. E o Bauru/Arealva já possui uma tecnologia melhor que a dos outros aeroportos do Interior”, afirma.
Ela também pesquisou os equipamentos aeroportuários de Araçatuba, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Como na época da pesquisa apenas a Pantanal trabalhava no local, a geógrafa apontou a subutilização do equipamento. Mas, em entrevista ao JC, ela observou que a vinda da Passaredo e da Gol – além da compra da Pantanal pela TAM - possibilitou uma expansão de destinações a partir de Bauru.
“Anteriormente, São Paulo e Araçatuba eram os únicos destinos oferecidos em Bauru. Agora, também são oferecidas saídas para Marília e Presidente Prudente. Mas o grande diferencial agora é que nessas cidades os passageiros podem se conectar com outros municípios, outros estados. Assim, desafogam o aeroporto de Congonhas, na Capital e um pouco o de Guarulhos”, observa.
Estrutura
A pesquisa não fez a análise da capacidade atual do aeroporto na questão de pistas e cargas. Mas para viabilizar a exploração de transporte de cargas no Moussa Tobias, será necessário investir pelo menos R$ 40 milhões no aeroporto, segundo dados de 2009.
Com esse valor, seria possível a adequação da capacidade de carga e comprimento da pista. A extensão do piso para pousos e decolagens terá de passar, pelo menos, dos atuais 2.100 metros para 2.600 metros. A capacidade de carga tem de ser o dobro das 42 toneladas instaladas (PCM).
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